Blogueira mirim promove conscientização sobre doença rara na internet
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Natália prestigiou exposição realizada pelo Instituto Vidas Raras, em estação de metrô em São Paulo, onde foi uma das homenageadas |
CAPETINGA – Natalia Maria de Souza Faleiros, de apenas 10 anos, vem dando um show de superação ao desenvolver trabalho de conscientização sobre doenças raras na internet. Natural de Capetinga-MG, a blogueirinha é portadora de Mucopolissacaridoses (MPS) Tipo VI, doença rara causada por falha genética na produção de enzimas no organismo. Sempre que tem oportunidade, fala sobre o assunto no seu perfil no Instagram que conta com 956 seguidores.
Na
semana passada, Natália viajou com a família para São Paulo para participar de
uma exposição promovida pelo Instituto Vidas Raras na
estação do metrô, em Guarulhos. O evento teve como objetivo trazer o assunto a público e
promover a conscientização do que são as Mucopolissacaridoses e alertar a população
sobre a importância da busca do diagnóstico precoce para garantir que pessoas
portadoras dessas síndromes alcancem melhor qualidade de vida.
Desde
o primeiro ano de vida, quando recebeu o diagnóstico médico, Natália realiza tratamento para estabilizar os sintomas da doença. Uma vez por semana, ela recorre ao Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto-SP, para realizar a reposição da enzima que seu
organismo não produz.
Nesses
mais de nove anos de luta contra a MPS Tipo 6, Natália vem mostrando ser uma garota
de muita força, fé, paciência e alegria.
Aliás, foi justamente a sua alegria e sua habilidade de comunicação que levou essa
pequena capetinguense para as redes sociais, para um trabalho de
conscientização na internet.
No
seu perfil, toda semana ela posta diversos vídeos mostrando um pouco do seu
dia a dia. Nos posts ela dança, encena, brinca, dá
dicas de culinária, e entre uma conversa e outra, fala sobre a doença e das "pessoas raras” de uma
forma bem leve e divertida.
Em entrevista para o Blog Linhas das Gerais, Natália contou que já teve dias que se estressou com a doença e se sentiu cansada, mas foram poucos. Sua alegria e sua fé normalmente ajudam a mantê-la sempre forte e a encarar o desafio como uma verdadeira “Poliana”, aquela que enxerga sempre o lado bom das coisas.
“Vejo
o tratamento como uma oportunidade de fazer novas amizades, conhecer lugares
novos, participar de eventos. Para mim, as pessoas que têm MPS são mais
espertas, danadinhas, já que a doença nunca me impediu de fazer nada”, garantiu
a garota que cursa o 6º ano do Ensino Fundamental, faz natação, educação física, corre e brinca como toda
criança desta idade.
Natália
quer ser pediatra quando crescer, mas já
apresenta o entendimento de que medicina chega somente até certo ponto. “Para a
medicina, essa doença não tem cura. Mas a minha fé diz que que Deus
pode me curar e curar todos que são portadores das MPS”, completou a blogueira que é católica e segue seus desafios cheia de fé.
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| Natália tem a mãe, Maria Claudia, como principal incentivadora no trabalho desenvolvido nas redes sociais |
Já
a mãe, Maria Claudia de Souza Faleiros, comentou que no começo não foi fácil para a família receber
diagnóstico de que a filha tinha uma doença rara. Mas o apoio e a união de
todos acabaram dando forças para eles corressem atrás do tratamento e de tudo o que
fosse necessário para oferecer uma melhor qualidade de vida para a Natália. “As limitações que ela apresenta hoje
são muito poucas justamente porque o diagnóstico foi bem no começo”, afirmou.
Diagnóstico
Ainda bebê, o primeiro sinal que chamou a atenção dos pais de Natália sobre o seu desenvolvimento foi o tamanho da cabeça maior do que o normal para a idade. “Ao leva-la
no médico, a primeira suspeita foi de uma escafocefalia, ele disse que o caso
era cirúrgico. Porém, para não ficarmos só com esse diagnóstico, nós procuramos
um outro pediatra, em Ribeirão Preto, foi quando ele nos apontou os
sinais da MPS: o aumento do baço, do fígado, abaulamento da coluna e a
escafocefalia. Ao fazer o exame na Natália, esse diagnóstico foi confirmado”,
lembrou Maria Claudia.
Medicação
Segundo a mãe, a medicação usada para esse tipo de tratamento apresenta custo altíssimo e,
no início, a família recorreu à justiça para conseguir os
remédios através de ação judicial. Contudo, a partir do diagnóstico Maria
Claudia conta que conheceu a Família “Próspero” que tem o um portador desta
mesma doença, e que foram eles que direcionaram para o Instituto Vidas Raras para a busca de orientação.
“O
instituto nos deu toda orientação e suporte para conseguirmos a medicação e o tratamento adequado. Do ano passado pra cá, depois de muitas lutas, houve a incorporação
do remédio na lista do SUS. Hoje a gente consegue o medicamento mediante a farmácia de alto custo
do SUS, essa foi uma grande conquista”, concluiu.
15 DE MAIO
Dia de conscientização tem por objetivo alertar população sobre MPS
Neste domingo, 15 de maio, é o momento oportuno para tratar do assunto "doenças raras" já que é a data em que se comemora o Dia de
Conscientização da Mucopolissacaridose (MPS). Instituída no Brasil através da Lei nº 13.122/2.015 , esse dia tem como objetivo promover o reconhecimento dos sinais e
sintomas das doenças, precocemente, para melhorar a identificação, diagnóstico e buscar tratamento adequado.
Mucopolissacaridoses (MPS) são doenças genéticas raras que afetam a produção de enzimas – proteínas fundamentais para diversos processos químicos no organismo, cuja falta pode provocar vários transtornos.
Tipos de MPS
– Tipo I: Doença de Hurler e Doença
de Scheie;
– Tipo II: Síndrome de Hunter;
– Tipo III: Síndrome de Sanfillipo;
– Tipo IV: Síndrome de Mórquio;
– Tipo VI: Síndrome de Maroteux-Lamy;
– Tipo VII: Síndrome de Sly.
Sintomas e diagnóstico
Recém-nascidos podem não apresentar sintomas da doença, que, geralmente, aparecem na primeira infância e pioram com o tempo, levando a possível falência de órgãos e redução da expectativa de vida. O diagnóstico de doenças por MPS geralmente é atrasado porque não existe uma lista específica de sintomas, que são variáveis e podem diferir de paciente para paciente.
Uma ampla gama de sintomas pode afetar partes diferentes do corpo, incluindo: macrocefalia (crânio maior que o normal), deficiência intelectual, alterações da face, aumento do tamanho da língua, atraso no crescimento com baixa estatura e baixo peso, rigidez das articulações, deformidades ósseas, distúrbios do fígado, do coração e cérebro.
Com sintomas tão amplos, muitas vezes, é a sua combinação que ajuda pais e profissionais de saúde a chegar a um diagnóstico de MPS, o que deve ocorrer o mais cedo possível para que as pessoas acometidas possam ter acesso aos sistemas de assistência e suporte que precisam.
Tratamento
O tratamento da mucopolissacaridose
envolve uma equipe com diversos profissionais, de acordo com os sintomas que
podem ser apresentados. Entre eles estão: médico geneticista, pediatra,
pneumologista, otorrinolaringologista, oftalmologista, ortopedista e
neurologista, fisioterapeuta, dentista, fonoaudiólogo e psicólogo. Para um
melhor tratamento, o ideal é procurar centros de atendimento a doenças
genéticas.
O atendimento para as doenças raras é feito, prioritariamente, na atenção básica, principal porta de entrada para o SUS e, se houver necessidade, o paciente será encaminhado para atendimento especializado em unidades de média ou alta complexidade.
INSTITUTO VIDAS RARAS
Fundado em 5 de julho de 2001, o Instituto Vidas Raras é uma organização não governamental sem fins lucrativos, de âmbito nacional, que visa promover os direitos constitucionais das pessoas portadoras desta síndrome. A missão do instituto é dar acesso ao diagnóstico e tratamento, divulgar as patologias raras, criar condições de tratamento e ambientes para acolher pacientes. Também possui papel essencial na regulamentação das doenças raras, sendo hoje a única associação que representa patologia que possui tratamento no grupo de trabalho voltado para Doenças Raras do Ministério da Saúde.
Siga nas redes sociais:
@natalia.maria.oficial
@vidasraras
Fontes:
Takeda Pharmaceutical Company Limited



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