Capetinga tem café de alta qualidade e potencial para ampliar produção
AGRICULTURA
![]() |
| Para a safra deste ano, a previsão é de que Capetinga colha um total de 70 mil sacas de café beneficiado |
Por Valéria Faleiros
A
colheita do café começou hoje (24/05) em Capetinga, dando início a uma temporada de aquecimento da economia
local. A cidade de aproximadamente 7 mil habitantes e localizada na região
sudoeste de Minas Gerais mostra no “Dia do Café” que o grão produzido ali
apresenta não só uma alta qualidade, mas
também que tem condições e potenciais para ampliar a
sua produção.
Reconhecendo a importância da cafeicultura não só para Capetinga, mas para tantos outros municípios no estado de Minas
Gerais e no Brasil, o blog “Linhas das Gerais” inicia hoje uma série de reportagens
falando sobre o cultivo deste grão tão popular e que faz parte da nossa
história.
De acordo com dados da Emater, nos últimos oito
anos a área plantada em Capetinga saltou 3.950 para 6.258 hectares, mostrando um avanço continuo e gradativo. Embora a produção total não seja a maior entre os
municípios da região, o que chama a atenção no café colhido na cidade é a sua qualidade,
fator que vem atraindo produtores de outras regiões e até de outros estados, para investir no município.
Para
a safra deste ano, a previsão é de que Capetinga colha um total de 70 mil sacas de café beneficiado. Já a área plantada no período entre novembro de 2020 a fevereiro de 2021 chegou a 280 hectares, enquanto que a área total ocupada pelas lavouras de café é de 6.258
hectares.
Esse
ano, a colheita do grão iniciou com algum atraso em função da falta das
chuvas. Com isso, a popular “panha’ deve se estender até o final
do mês de agosto, gerando oportunidade de trabalho e renda para diversas famílias. Segundo o
extensionista da Emater, João Paulo Aguiar,
cerca de 2 mil trabalhadores devem ser contratados para participar da colheita, inclusive, pessoas de outras regiões de Minas Gerais.
Pandemia
Justamente a gestão de trabalhadores na colheita do café é considerada a
principal dificuldade dos produtores este ano, em função da
pandemia de Covid-19. Existe toda uma preocupação por parte dos produtores e administração municipal em adotar todas as medidas preventivas e de segurança necessárias para evitar um aumento no número de casos da doença, já que o cenário indica colapso no sistema de saúde e ocupação máxima dos leitos em UTIs nos hospitais da região.
“Cerca
de 40% da colheita do café no município é realizada manualmente e esse fato faz
com que Capetinga receba trabalhadores de outras regiões. Em função disto, a
Secretaria Municipal de Saúde tem desenvolvido estratégias para evitar a
disseminação da doença”, comentou João Paulo completando que foi preciso estruturar
uma logística de transporte, controle de temperatura e testagem dos
trabalhadores.
Negociação
Grande parte do café produzido na cidade é comercializado com cooperativas. O perfil dos produtores não é de comercialização conjunta, mas sim, individual. Como bons mineiros, eles preferem cada um vender o seu café. Nos últimos anos alguns produtores perceberam a importância de inovar nas técnicas de cultivo para se alcançar uma alta qualidade do produto e enquadrá-lo na categoria dos "cafés especiais", obtendo assim maior lucratividade e abrindo portas para novos mercados e exportação.
Fotos: Divulgação
O popular café faz parte da história do Brasil e já foi chamado de “Ouro Negro”. A primeira muda trazida para o país chegou através de Francisco de Melo Palhete, bandeirante que trabalhava para a Coroa Portuguesa, no século XVIII. Alguns anos depois, João Alberto de Castello Branco trouxe as primeiras mudas de café arábica para o sudeste do Brasil, especificamente para o Rio de Janeiro, e a plantação não só vingou, como deu início a um novo ciclo econômico e uma tradição que mantemos até hoje.


Café torrado na hora é muito bom saudade do cafezinho do Demir
ResponderExcluir